segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Sons do meu tecto

Pois é. E já estamos em Fevereiro. E já há 5 dias. De facto é um mês que corre muito depressa. Quando damos por ele já vai no 5º dia. Pelo menos a mim parece-me. Opiniões podem divergir.

Ora com este início de, já por si, nada de jeito vamos ao tema título que muitas indagações terá provocado. Indagação, para quem não vê a 2: ou muda para a TVI quando o Professor Marcelo está a falar sobre si disfarçando com uma camada de altruísmo, é, e passo a referir, uma especulação. Agora, uma especulação não é, e isto vai para aquelas pessoas que foram ao Doutor por causa de uma tosse convulsa e normalmente acompanhada de mucosa, expectoração. Mas expectoração é sem dúvida uma pasta amarelada que se forma ao longo da traqueia e que quando puxada se transforma no tão malfadado “escarro”. “Escarro”, talvez do latim “escarreta nojentis” é útil para concursos de “quem atira mais longe” ou “quem acerta em quem”, concursos também conhecidos como “Arremesso à distância” e “Paintball dos Pobres” respectivamente.

Sim…é de facto crónico. Estou sempre a divagar e a deambular por outros caminhos que não a questão pertinente, mas isso deve-se ao facto de que eu tenho nada de jeito para dizer sobre muita coisa.

Mas vá, vamos ao tema/título. Primeiro, o que é um Síndroma? Ao certo não sei. Mas é um termo técnico da ciência. No dicionário diz que é um substantivo feminino e remete-nos para Síndrome. Já em Síndrome a história complica-se pois tem aplicações em muitos campos. E há muitos Síndromes. O de Down, o do Golfo o pré-menstrual, o de Balint, o de imunodeficiência adquirida, o comocional…são quase tantos como receitas de bacalhau. Mas seja Síndrome ou Síndroma ou até mesmo Sindroma, aquele do qual quero falar é um que eu inventei.
Síndroma de Vizinhos de Cima. Ainda sem patente.

Sofrem deste Síndrome os ditos Vizinhos de Cima. A meu parecer, quando alguém mora no andar de cima começa logo a padecer dos efeitos destes sindroma. Começa com coisas simples como o arrastar móveis a toda a hora, o deixar cair talheres e ou tachos no chão de mosaico, o ligar a aparelhagem em alto som na rádio mais foleira ao Sábado de manhã. Os sintomas são múltiplos. Mas o pior deles é os saltos altos no mosaico repetidas vezes em todas as divisões da casa. O vizinho de cima que padece do Síndroma, quando chega a casa não muda para chinelos. Muito pelo contrário. Se for um casal, com um ou mais filhos, quando chegam a casa descalçam os chinelos e mudam todos para sapatos de tacão alto. Parece que no andar de cima, todos os dias é a feira da Golegã (feira do Cavalo, para esta piada não passar ao lado). Mesmo que mudem para chinelos, o Vizinho de Cima tem que ter daqueles chinelos de praia, dos “de enfiar no dedo” que são aqueles que mais barulho fazem e constantemente se ouve “flap, flap, flap, flap” durante o dia. E estes são apenas alguns dos sintomas. Embora seja o próprio Vizinho de Cima a padecer deste Síndrome, são aqueles que os rodeiam (neste caso, quem mora no andar de baixo) que mais sofrem com esta doença. E quando chamado à atenção desta condição, o Vizinho de Cima ainda mais ímpeto dá ao seu trote.

Muitos, como eu, vivem em condomínio, e muitos, como eu, têm o azar de viver em andares rasteiros. Em casas onde o isolamento é cada vez mais precário devido aos materiais que os empreiteiros não usam na construção de modo a conseguirem mais algum para sua ajuda auto-humanitária, torna-se um pesadelo viver perto daqueles que sofrem o Síndroma de Vizinho de Cima. E não há nada a fazer senão aguentar. Nem campanhas, nem referendos, nem rastreios, nem bater de porta em porta a oferecer calendários da instituição acolhedora em troca “do que puder dar”, mesmo mostrando um certificado que garante que não estão ali a enganar ninguém, nem debates no “Prós e Contras. Não se pode fazer nada.

Até ao dia em que aparecer um surto de Vizinho de Baixo e os doentes com o Síndrome de Vizinho de Cima apanhem uma Porradite Crónica.

Cuidado.

1 comentário:

Anónimo disse...

Gostei do termo de Porradite Crónica,sr.Alfredo!Nós aqui na capital,padecemos desse Síndroma...às vezes nem dá vontade de la ir dar calendários ou o catancho....é levar uma machada e ameaçá-los logo!!!ehehehe
Um passou-bem