E depois da longa mas promissora espera, aqui está O Talho reaberto.
Todos sabem como as remodelações levam o seu tempo, pois é necessário ter-se uma grande atenção a determinados pormenores e a detalhes específicos, que são duas expressões semelhantes, senão mesmo idênticas.
“Mas…Mas…” Sim, eu sei. Não é preciso dizer. Eu já explico tudo.
“Mas…Mas…mas ó Sr. Alfredo do Talho… ‘tá tudo inguale. ‘Tá tudo na meisma.”
Porra, pá! Eu não disse à primeira que já explicava? Ou temos candidatos ao prémio de “Constatação do Óbvio”? Claro que está tudo igual. O formato antigo era mau? Não era, pois não? Como diz o dito “em equipa que ganha não se mexe”, logo não vejo porque é que uma remodelação terá que significar uma mudança radical.
Estavam à espera de quê? Que eu decorasse O Talho com arte vanguardista? É um Talho! Não é um bar com a mania que é intelectual. Por isso, o poster do porco deitado na cama de rede fica! Ia cá agora trocar o poster por um quadro de expressionismo abstracto que à partida parece uma gatafunhada mas se o olharmos com atenção conseguimos ver que o que o artista quer transmitir é não mais do que um porco deitado numa cama de rede. Para isso fica o poster. Não tem muito que pensar. Tem um porco. Tem uma cama de rede. E assim escuso de ter pessoal de barbicha e óculos com aros pretos de massa, vestidos com camisolas de gola alta, com a mão no queixo a darem palpites sobre o que aquilo representa.
Aqui fica a solução: é um porco a descansar. Já um porco não pode descansar onde lhe apetece?
Ora, para a frente é que é caminho. Despreocupem-se aqueles que pensaram que a crise me tinha afectado e que aqui o Sr. Alfredo do Talho, tal como D. João VI, tinha fugido para o Brasil. Quer dizer, D. João VI não fugiu, transferiu-se.
Pois, mas não me transferi para o Brasil. Tanto mais que já não faz sentido sequer dizer que alguém se transfere de Portugal para o Brasil, quando metade do Brasil já cá está em Portugal. Metade do Brasil, metade dos países de Leste, a maior parte de África, e segundo li, os nossos governantes também querem albergar alguns dos prisioneiros que estavam na Prisão de Guantanamo.
Faz todo o sentido. Afinal era o que nos faltava por cá. Não basta termos cá indivíduos perigosos, com esta medida então ficaríamos com reclusos homicidas perigosos. E é sem dúvida positivo, porque este país já só lá vai com atentados bombistas.
Portanto desta forma já teremos por cá esses génios dos explosivos plásticos sem termos pago mais um tusto por isso.
Mas isto ainda é só um caso hipotético. Foi algo que li num dos tão bonitos e nada intrusivos rodapés dos noticiários nacionais.
É que a ideia é de génio. A sério. De génio, caros leitões. Então esses senhores vêm da Prisão de Guantanamo, onde, coitadinhos, estavam presos em condições desumanas, porque, pobrezinhos, tinham cometido crimes atrozes. Vêm duma prisão de alta-segurança de onde não tinham forma de fugir e serão colocados numa prisão portuguesa onde terão todas as mordomias e, piéce de resistance, onde têm as melhores hipóteses de fugir.
Espero que sim. Que os tragam para cá e que fujam o mais depressa possível e que comecem a colocar bombas em tudo quanto é sítio. Já que não há clister grande que chegue para limpar este intestino grosso de país, nada melhor que uma bombinha ou duas em certos e precisos sítios. Por exemplo podem começar pelo carro de quem teve a brilhante ideia de os transferir para cá.
Claro que isto tudo pertence a um imaginário esperançado e utópico porque é evidente que, caso isto viesse a suceder, os prisioneiros de Guantanamo deixavam de se preocupar com a vida criminal. Ah pois é. Para quê ter uma vida de criminoso quando na prisão portuguesa se come da melhor carninha. Como é que eu sei isto? Então não é óbvio? Sou dono dum Talho que só vende carne de qualidade e as prisões também são clientes.
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