sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Chichaval 2009

Aqui estamos nós na época foliona.

E começa bem. Já muitos ouviram falar da “desconstrução de mitos”. Para os mais distraídos e para aqueles que viveram num bunker da 2ª Guerra Mundial nos últimos anos, vou explicar do que se trata.

A “desconstrução de um mito” ocorre quando alguém muito chato, sem vida própria e que quer ter sempre razão pega num mito e faz um monte de pesquisa apenas por pura pirraça, mesmo depois de toda a gente lhe ter dito “OK, pá. Tens razão leva lá a ‘bsicléte’!”

Existem mitos de toda a espécie. E todos os mitos podem ser vítimas de uma desconstrução. Nenhum deles está a salvo. Mas eu, como sou amigo dos mitos, gostaria que um dia o feitiço se virasse contra o feiticeiro e que a desconstrução fosse vítima de uma mitificação. (Coisa esquisita, este corrector automático. Então não é que este urso não me aceita a palavra “mitificação”, a armar-se aos cágados. Logo uma palavra tão bonita e que até é aceite pela Infopédia. É só escreverem a palavra aqui: http://www.infopedia.pt/default.jsp?qsFiltro=14 .
Mas que grande boi que é este corrector. E peço desde já desculpa a todos os animais referenciados, pois nenhum deles tem culpa e todos eles são nobres à sua maneira.)

Mas não é de mitos que quero falar. Não é não. Estava a dizer que o Entrudo este ano começou bem. Uma óbvia ironia da minha parte, como é claro. Começa mal e começa com o Governo a querer fazer uma “desconstrução de ditos…populares”.

“Ahahah. Ai, este Sr. Alfredo é um génio dos trocadilhos. É que…ah…sim, senhor…mitos, ditos…estão a ver…é uma chalaça.”

Génio não diria. Tenho um quê de malabarismo literário. Serei talvez um trapezista da escrita. Um contorcionista da verbosidade. Um mágico da prolixidade. Um domador das palavras…e isto leva-me, como não poderia deixar de ser, aos palhaços.

Ora falava eu do Governo. Portanto, quer o Governo desconstruir os ditos populares. E começa logo pelo tão conhecido e famoso “É Carnaval, ninguém leva a mal”.

Sim, sim. Porque pelos vistos no Carnaval o Governo leva a mal. E foi o Carnaval de Torres Vedras que levou a talhada.

Pelo que parece está lá uma brincadeira feita acerca do ex-líbris deste Governo e que não caiu no goto do mesmo. Falo pois do computador Magalhães, porta-estandarte da corrente evolução do nosso “piqueno” país.
Para mais informação sobre o caso é ver este vídeo: http://videos.sapo.pt/ZnVUn7UkoqqQc5aptcUe

A conclusão a que chego é que os fantasmas da censura vão voltar a assolar o país, os noticiários, as discussões das vizinhas que coabitam na Assembleia da República, que vai levar a mais tempo perdido e a mais atrasos naquilo que realmente é importante.

Mas pronto, nada de novo, porque vivemos num “piqueno” país que vive de fantasmas, ora do Salazar, ora do 25 de Abril, ora do Sá Carneiro, ora do Álvaro Cunhal, ora do Mário Soares.

“Mas ó Sr. Alfredo…o Má…” Mas já morria!

Sim, é verdade que isto é uma afronta à liberdade de expressão, que isto é um atentado à liberdade, que a sátira será sempre sátira e ainda por cima não se justifica na época e na situação em questão.

Mas este é só um caso de muitos que já têm acontecido e mais vezes do que realmente se poderia esperar num país civilizado. Estamos entregues aos palhaços neste circo e vamos continuar sempre.

Temos assim a “desconstrução de um dito”, mas podemos ter também a criação de um novo.

“É Carnaval, todo ano em Portugal”

Há espetadas da casa.

2 comentários:

1REZ3 disse...

É pegar no cutelo e na faca de corte e começar a fazer escalopes...
Já tens o Loureiro e um "azeiteiro" (o tal que gosta de malhar) para começar a temperar. O resto vem por acréscimo. O que não falta por aí é malta para a salga(nhada).

Maria...ia disse...

Com tanta chicha a abandalhar nesta altura por aí, bem pode o Sr. Alfredo dedicar-se às espetadas... :D

Beijos!