Idioteoria
Há alguns anos atrás, era eu um puto ranhoso (ou um ranhoso dum puto) andei na Catequese. A minha mãe quis, por isso eu fui. Ainda era naquela altura que a palavra da mãe é ordem e tinha que se cumprir. Era aquela fase em que me tinha que vestir com as roupas que a mãe escolhia. Felizmente nunca tive que me vestir com um vestido de mangas de balão. Já nesses tempos um rapaz que se vestisse com um vestido desses era mal visto pelos amigos. Mas essa fase de me vestir como a minha mãe queria cedo acabou e aos meus 22 anos passei a vestir-me como eu queria. Triste era já não existirem vestidos com mangas de balão que me servissem. A Ana dos Cabelos Ruivos nem sabe a sorte que teve (espero que se lembrem da série, porque senão este comentário poderá passar um pouco ao lado).
Anyway, dizia eu que há anos atrás andei na Catequese. Durante os anos variou o dia. Mas entre os 7 dias da semana lá tinha eu uma aulinha de Catequese. Levava o meu Catecismo todo dobrado na mão ou no bolso do casaco, mas depois tornei-me esperto como os outros e passei a não levar e dizer que via pelo da colega, para ficar junto a uma rapariga que tivesse...mas nunca correu assim tão bem. Também tínhamos uma Catequista, que também variou ao longo dos anos e que quando faltava era substituída pelo padre, logo não havia maneira nenhuma de não ter a lição de Catequese...a não ser que faltássemos mesmo. Mas depois, se faltasse, contavam à minha mãe e nessa altura era ela que ainda me comprava a roupa, por isso não era muito conveniente.
Eu sei que escrever tanto torna-se chato para quem lê, mas como disse, leiam isto quando não tiverem nada de jeito para ler.
Onde quero chegar com a história da Catequese para além de mostrar o quão triste era a minha vida na adolescência. Quero chegar ao seguinte: depois de tantas lições de religião, que até são bastante interessantes, há daquelas coisas que ficam marcadas e esta é uma delas a omnipresença de Deus.
"Deus está em todo o lado e só se manifesta de vez em quando." Ok. Tudo bem. Nada de novo. Mas depois descubro que o herpes também é assim. O vírus Herpes Simplex também se encontra sempre presente e só se manifesta de vez em quando. Isto leva-me a crer que quando sofremos de herpes estamos presentes a um milagre, tal como uma aparição de Deus. O Herpes está sempre presente na mucosa da boca (em alguns casos na área genital) e só se manifesta em alturas de fragilidade imunológica. Deus também aparecia em alturas de fragilidade de fé. O herpes aparece em forma de bolha branca. Deus aparece em forma de pomba branca. O herpes é uma doença viral, geralmente benigna. Deus é a representação teológica do Bem. O vírus Herpes Simplex 1 é representado por HSV-1. O tetragrama de Deus, que era escrito da direita para a esquerda é HVHY. Há um padrão aqui, garanto.
Embora tenha tido aqueles anos todos de Catequese, não sou lá muito religioso, mas mesmo assim acho que de entre os dois, prefiro Deus. Deus, por mais que se tente, não é transmissível.
Um passou-bem.
2 comentários:
Isso dá uma nova dimensão a tudo aquilo que me tentaram ensinar na catequese e nas aulas de religião e moral. Que pena não ter visto as coisas por esse prisma quando era miúda...
PS: vestidos de balão? Acredita, são giros nos outros, mas o último rapaz que vi com um desses acabou por mudar de sexo e tornar-se vegetariano. Eu também tive a minha conta de vestidos de balão. Só era chato quando batia o vento...
O sr.Alfredo do Talho não dorme pa pensar nestas coisas....mas tá bem visto, é uma teoria que eu aprovaria dentro de certos e determinados contextos....ehehe
Na minha catequese muitas vezes se falou no Herpes.....agora já entendo!!ehehe
Um passou bem pa si,sr Alfredo
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